
Durante a quimioterapia, é comum que o intestino fique mais lento ou até mesmo “trave”. Essa constipação, além de desconfortável, pode impactar diretamente no bem-estar do paciente. A boa notícia? O que você coloca no prato pode fazer toda a diferença. Neste artigo, você vai descobrir quais alimentos evitar, quais priorizar — e por que a combinação fibra + água é imbatível.
Por que a constipação aparece durante a quimioterapia
O intestino preso é uma queixa recorrente entre pessoas em tratamento oncológico. Isso acontece por diversos motivos:
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Alguns medicamentos quimioterápicos reduzem a atividade intestinal.
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Anti-náuseas e analgésicos (como opioides) também contribuem para o intestino mais lento.
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Menor ingestão de líquidos e alimentos ricos em fibras.
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Redução da atividade física durante o tratamento.
Esse quadro pode trazer muito desconforto e até complicações mais sérias, por isso merece atenção e cuidado desde os primeiros sinais.
Alimentos que podem piorar o intestino “travado”
Alguns itens do dia a dia podem dificultar ainda mais o funcionamento do intestino. Veja quais evitar ou consumir com moderação:
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Refrigerantes: contêm gás, pouco valor nutritivo e zero fibras.
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Pão branco: feito com farinha refinada, pobre em fibras.
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Arroz branco: mesma lógica — processado e sem fibras importantes.
Esses alimentos são pobres em fibras e dificultam o trânsito intestinal. Uma boa alternativa é substituir por versões integrais ou alimentos mais naturais e ricos em nutrientes.
Alimentos que ajudam – os aliados do intestino
A boa notícia é que muitos alimentos naturais podem colaborar para que o intestino funcione melhor. Entre os principais aliados estão:
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Manga: fruta rica em fibras solúveis, além de saborosa e refrescante.
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Batata-doce: excelente fonte de fibras, especialmente quando consumida com casca.
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Pera com casca: a casca fornece fibras insolúveis, essenciais para o estímulo intestinal.
Esses alimentos podem ser incorporados de forma simples nas refeições, ajudando a aliviar o intestino preso.
O “combo” poderoso: mamão, ameixa seca e aveia
Se você busca um efeito ainda mais potente, aposte nessa combinação:
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Mamão: rico em enzimas digestivas e fibras.
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Ameixa seca: um dos laxantes naturais mais conhecidos.
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Aveia: cereal excelente para regular o trânsito intestinal.
Essa combinação pode ser consumida em forma de mingau, vitamina, bowl de frutas ou até como sobremesa. Só não esqueça da hidratação!
Fibra sem água não funciona!
Esse é um ponto crucial: de nada adianta consumir fibra se você não beber água suficiente. A fibra precisa de líquido para formar volume no intestino e facilitar a evacuação. Sem água, ela pode causar efeito contrário: mais gases, inchaço e endurecimento das fezes.
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A recomendação média é de 1,5 a 2 litros de água por dia.
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Prefira água, chás suaves ou sopas leves.
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Evite refrigerantes ou bebidas muito açucaradas.
Como montar um plano alimentar prático durante a quimioterapia
Aqui vai uma sugestão simples e funcional:
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Café da manhã: mingau de aveia com mamão e ameixa + chá ou água.
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Lanche da manhã: pera com casca ou fatias de manga.
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Almoço/jantar: batata-doce assada com casca + legumes + proteína leve.
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Lanches extras: frutas frescas e castanhas (se liberadas pela equipe médica).
O segredo está em montar refeições coloridas, naturais e com variedade de fibras.
Quando procurar ajuda profissional
Fique atento aos seguintes sinais:
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Mais de 3 dias sem evacuar.
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Fezes muito duras ou em “bolinhas”.
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Dor abdominal ou náuseas persistentes.
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Sangue nas fezes ou vômitos.
Nesses casos, é fundamental buscar apoio da equipe médica e da nutricionista oncológica. Às vezes, apenas a alimentação não é suficiente e pode ser necessário usar medicamentos laxativos específicos.
Conclusão
Durante a quimioterapia, é totalmente possível aliviar a constipação com escolhas alimentares adequadas. Evite alimentos refinados e pobres em fibra, como pão branco e refrigerantes. Dê preferência a frutas com casca, cereais integrais, legumes e, claro, mantenha uma boa ingestão de líquidos.
Com pequenas mudanças no prato e no copo, você pode ajudar o seu intestino a funcionar melhor e viver esse momento com mais conforto.
Por Socorro Coelho, nutricionista oncológica.
