Durante o tratamento oncológico, a alimentação desempenha papel fundamental na resposta ao tratamento e na recuperação do paciente. Doces como o “morango do amor”, que combina morango fresco com brigadeiro e caramelo, podem parecer inofensivos, mas são ricos em açúcar refinado e considerados ultraprocessados. Consumidos regularmente, esses alimentos podem agravar os processos inflamatórios já desencadeados pela doença e pelo tratamento, como quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia.
❌ Quais os riscos do excesso de açúcar refinado e alimentos ultraprocessados?
Inflamação crônica: ultraprocessados e açúcares adicionados ampliam o estado inflamatório, o que pode dificultar o controle da doença.
Alteração da resposta imunológica: nutrientes pobres em qualidade prejudicam a imunidade, essencial para combater o câncer.
Resistência insulínica e descontrole glicêmico: o consumo frequente pode complicar a tolerância ao tratamento, afetando o metabolismo.
💡 O que mostram as evidências científicas?
Cada acréscimo de 10% na ingestão de ultraprocessados eleva em até 12% o risco geral de câncer, e há associações específicas com risco de câncer de mama, colo e pâncreas.
Estudos recentes identificam relação direta entre consumo de ultraprocessados e doenças metabólicas, obesidade e mortalidade por todas as causas.
Revisões apontam que dietas ricas em alimentos naturais como frutas, legumes, grãos integrais e leguminosas possuem efeitos protetores e reduzem inflamação sistêmica.
🍰 Frequência e padrão: por que fazem diferença
Essa preocupação não é sobre comer um doce ocasionalmente, mas sobre normalizar e repetir um padrão alimentar ultraprocessado. Padrões assim promovem picos glicêmicos constantes, inflamação persistente e desequilíbrios metabólicos prejudiciais à recuperação.
✅ Quais alimentos priorizar durante o tratamento?
Naturalmente nutritivos: frutas, verduras variadas, grãos integrais, leguminosas, proteínas magras e gorduras saudáveis como peixes ricos em ômega-3.
Minimamente processados: concentre-se em refeições simples, feitas com ingredientes frescos e poucos aditivos.
Dieta anti-inflamatória: rica em fibras, antioxidantes e gorduras insaturadas, com menor índice glicêmico e alta densidade nutricional.
🔄 O que reduzir ou evitar?
Doces ultraprocessados como bolos industrializados, brigadeiros prontos e snacks açucarados.
Bebidas adoçadas e refrigerantes.
Alimentos com lista longa de ingredientes químicos ou aditivos artificiais.
👥 Conclusão e indicação nutricional
Não é necessário eliminar completamente todos os doces, mas evite torná-los rotina diária. Em um momento delicado como o tratamento oncológico, refeições baseadas em alimentos naturais e ricos em nutrientes fortalecem o organismo, preservam a massa muscular, ajudam na energia e melhoram a tolerância aos tratamentos.
Para orientações personalizadas, o ideal é consultar um nutricionista especializado em oncologia. Cada refeição conta e pode fazer diferença na jornada de cura e bem-estar.
📝 Dicas práticas para pacientes e cuidadores
Inclua com frequência:
Frutas e vegetais variados
Grãos integrais como quinoa, arroz integral e aveia
Proteínas magras como peixes, ovos e leguminosas
Oleaginosas e sementes em porções controladas
Reduza ou evite:
Doces ultraprocessados como brigadeiro e bolos industrializados
Refrigerantes e sucos adoçados
Comidas prontas, snacks industrializados e processados com muitos aditivos.
Por Socorro Coelho, nutricionista oncológica.