Quase metade da população mundial sofre de má nutrição

Quase metade da população mundial sofre de má nutrição, com consequências nocivas para a saúde, mas também para o planeta, revela um relatório divulgado esta terça-feira.

De acordo com o “Relatório de Nutrição Global” (GNR, sigla em inglês), cujos dados provêm de organizações como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Organização Mundial da Saúde (OMS) ou a Organização das Nações Unidas (ONU), 48% dos humanos comem muito ou muito pouco.

Ao ritmo atual, o mundo não alcançará oito das nove metas de nutrição estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde para 2025, refere o documento.

Trata-se, designadamente, de reduzir o emagrecimento das crianças (quando são magras demais para a sua altura) e os atrasos de crescimento (muito pequenas para a idade), bem como a obesidade adulta, acrescenta.

O relatório estima que quase 150 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrem de atrasos de crescimento, mais de 45 milhões são magras demais e quase 40 milhões estão acima do peso.

Também revela que mais de 40% dos homens e mulheres (2,2 mil milhões de pessoas) estão com sobrepeso ou são obesos.

“As mortes evitáveis, devido a dietas pouco saudáveis, aumentaram 15% desde 2010” para agora representar “um quarto de todas as mortes de adultos”, disse à Agência France-Presse (AFP) a presidente do grupo de especialistas independentes do GNR, Renata Micha.

“Os resultados globais mostram que as nossas dietas não melhoraram nos últimos dez anos e agora são uma grande ameaça à saúde das pessoas e ao planeta”, acrescentou.

De acordo com o relatório, as pessoas não estão a consumir as quantidades recomendadas de alimentos que promovem a saúde, como frutas e vegetais.

Os países mais pobres são os que apresentam o menor consumo destes alimentos.

Os mais ricos, por seu lado, consomem a maioria dos alimentos com efeitos prejudiciais à saúde, como carne vermelha, laticínios e bebidas açucaradas, e têm as taxas mais altas de pessoas com sobrepeso.

O Global Nutrition Report também calculou que a procura global de alimentos gerou cerca de 35% das emissões de gases de efeito estufa em 2018.

“Alimentos de origem animal geralmente têm uma pegada ambiental maior por produto do que alimentos de origem vegetal”, segundo o relatório.

Além de interromper os sistemas de alimentação e saúde, a pandemia de covid-19 empurrou mais 155 milhões de pessoas para a pobreza extrema, acrescenta.

 

(Fonte: Diário de Notícias)

Congelar alimentos pode ajudar a economizar dinheiro e tempo na cozinha

Com a pandemia, muitas pessoas que adotaram o modelo de home office tiveram que mudar seus hábitos de consumo, adaptando seus cardápios à rotina do trabalho em casa. Por isso, o Bom Gourmet conversou com dois especialistas e preparou um guia que ensina como congelar corretamente os alimentos. Assim pode-se ter sempre à mão pratos gostosos e fáceis de preparar.

O congelamento é um método seguro que conserva as características e propriedades dos alimentos por mais tempo. Mesmo assim, a técnica só mantém a comida boa para consumo por, no máximo, alguns meses. Então, na hora de fazer os preparos, tenha à mão etiquetas para marcar a data do congelamento e saiba qual o seu tipo de equipamento.

É importante saber que a comida no congelador da geladeira tem validade menor. O ideal é consumir em até 30 dias. Já se for usado um freezer, esse prazo sobe para 90 dias ou mais”, explica Natalie, que é especialista em nutrição clínica e gastronomia funcional.

Isso é uma regra geral que garante a segurança, pois os prazos de validade variam de acordo com o tipo de alimento e da forma com que foi embalado.

As melhores embalagens para congelamento são as de vácuo. Se utilizar uma dessas, a validade do produto é bastante estendida. Mas, na falta delas, podem ser utilizados sacos plásticos.

 

(FONTE: METRÓPOLE)

Ultraprocessados: a imitação do alimento ‘explode’ na dieta dos brasileiros

O consumo de alimentos processados no Brasil nunca foi tão alto.

É o que aponta a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indica que, entre 2002-03 e 2017-18, a disponibilidade calórica de ultraprocessados em nossa alimentação foi de 12,6% para 18,4%, respectivamente. O crescimento de alimentos in natura foi mais tímido, passando de 49,5% para 53,5%.

Levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP), com dados do Vigitel – sistema do Ministério da Saúde, traça o perfil que mais consome alimentos ultraprocessados: homens jovens e com baixa escolaridade.

O Vigitel, em 2019, entrevistou 52.4 mil pessoas acima dos 18 anos de idade, residentes nas capitais dos 27 estados brasileiros. Nove em cada dez entrevistados relatou ter consumido pelo menos um subgrupo e uma em cinco consumiram cinco ou mais subgrupos de alimentos ultraprocessados.

Comidas ultraprocessadas são fáceis de serem encontradas. Estão em estações de metrô, bancas e farmácias e são escolhidas por serem mais baratas, práticas e rápidas para o consumo.

Ultraprocessados são formulações industriais de substâncias extraídas de alimentos e neles são aplicados aditivos, como corantes e aromatizantes, para tornarem-se produtos de propriedades sensoriais atraentes, como biscoitos, refrigerantes, sorvetes, macarrão e temperos instantâneos.

São alimentos pobres em fibras, vitaminas, minerais e de outras substâncias encontradas em produtos in natura ou minimamente processados, além de favorecerem o surgimento de doenças do coração, diabetes e alguns tipos de câncer.

De acordo com a vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), Daniela Cierro, alimentos ultraprocessados também contribuem para o aumento do risco de deficiências nutricionais.

O genocídio alimentar, conhecido como nutrícidio, mata pela fome. O termo foi criado pelo norte-americano Llaila Afrika, médico e autor do livro Nutricide: The Nutritional Destruction of the Black Race, para demonstrar como a colonização europeia destruiu a nutrição adequada de pessoas negras.

No contexto do genocídio alimentrar, para a população preta, a ingestão de alimentos transgênicos, com agrotóxicos e ultraprocessados é uma escolha mais barata do que produtos orgânicos e naturais, o que leva a surgimento de doenças e comorbidades.

Outra síndrome ligada à alimentação é a fome oculta, associada ao consumo insuficiente de comidas capazes de suprir nossas demandas de vitaminas e minerais, como frutas, legumes, peixes e carnes. Estimativa da OMS aponta que uma a cada quatro pessoas no mundo sofre com a fome oculta.

As duas síndromes podem estar relacionadas à ingestão de ultraprocessados, explica Daniela Cierro, já que são alimentos mais baratos e de menor qualidade nutricional, com mais gorduras saturadas, açúcar, sódio e calorias.

O artigo científico “Alimentos ultraprocessados e perfil nutricional da dieta no Brasil”, aponta que o consumo médio diário de energia dos brasileiros, que tem 10 anos ou mais de idade, foi de 1.866 kcal, sendo 69,5% proveniente de alimentos in natura ou minimamente processados, 9% de alimentos processados e 21,5% de alimentos ultraprocessados.

Entre os alimentos mais presentes na dieta da população estão a margarina (42,6%), pão de forma, de cachorro-quente ou hambúrguer (32,8%), refrigerante (27,7%), salsicha e embutidos (26,5%), chocolate, sorvete, gelatinas e outras sobremesas (25,6%), salgadinho de pacote (23,9%) e bolacha doce, biscoito recheado (21,3%).

O que há por trás do alimento

A pesquisa do IBGE que abriu esta reportagem demonstra que o consumo de ultraprocessados no Brasil avança mais rapidamente do que o de alimentos in natura, apesar que o segundo ainda lidera a dieta da população.

Explicar essa substituição de preparações culinárias por alimentos prontos para consumo é complexa, afirma o coordenador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP (Nupens), Carlos Monteiro.

Ele elenca três fatores para esse cenário. O primeiro está ligado à incorporação das mulheres ao mercado de trabalho, movimento que passou a exigir o compartilhamento de tarefas domésticas no preparo das refeições, o que nem sempre acontece.

O segundo motivo é o forte investimento em propagandas que promovem estes alimentos, ressaltando a facilidade de preparo destes produtos para a população. Em terceiro lugar, explica Monteiro, está o campo de pesquisas sobre ultraprocessados.

Ultraprocessados e infância

A introdução de alimentos ultraprocessados acontece desde os primeiros anos de vida de uma criança e tem impactos negativos, como demonstra o estudo feito pela Nupens, em parceria com o Imperial College London do Reino Unido, que avaliou o consumo médio de ultraprocessados de crianças britânicas de 7 anos até completarem 24 anos.

Na pesquisa foram utilizadas 9.025 crianças para se observar o efeito nos indicadores da obesidade, e os resultados mostram que os participantes que tiveram mais consumo de ultraprocessados na infância tinham os piores índices de obesidade.

O artigo ainda afirma que, quanto maior a ingestão de ultraprocessados na dieta de crianças, maior é o ganho de peso e o papel definitivo desses produtos para a formação de preferência dos hábitos alimentares.

(Fonte: Yahoo)

Cortar completamente carne e laticínios faz bem à saúde? O que diz a ciência

O número de pessoas que diminuíram o consumo de carnes e laticínios ou cortaram completamente esses alimentos de suas dietas tem aumentado na última década.

Em 2018, segundo o Ibope, 30 milhões de brasileiros não comiam nenhuma carne — em áreas metropolitanas, o percentual de brasileiros vegetarianos havia saltado de 8%, em 2012, para 16% em 2018, segundo o instituto. Já no Reino Unido, segundo pesquisa da The Vegan Society, o número de veganos quadruplicou entre 2006 e 2018.

Uma motivação comum para quem decide deixar o bife para trás são os benefícios à saúde. A dieta vegana é geralmente considerada mais rica em fibras e tem índices menores de colesterol, proteínas, cálcio e sal do que a dieta onívora.

Mas ainda existem conceitos equivocados e a eliminação completa de carne, peixe, ovos e laticínios de nossas dietas gera preocupações.

Vitamina B12

 

Uma delas é se uma dieta vegana fornece vitamina B12 suficiente. Essa vitamina ajuda a prevenir danos no sistema nervoso e é encontrada em carnes, peixes, ovos e laticínios, mas não em frutas ou vegetais.

Recomenda-se que os adultos consumam 1,5 microgramas de vitamina B12 por dia.

“A deficiência de B12 pode levar a sintomas neurológicos irreversíveis se a deficiência se prolongar muito”, diz Janet Cade, do Grupo de Epidemiologia Nutricional da Escola de Ciência e Nutrição Alimentar da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

Um estudo recente com 48 mil pessoas com mais de 18 anos comparou a saúde de quem come carne, pescetarianos (aqueles que comem peixes, ovos e laticínios, mas não carne de outros animais) e vegetarianos, incluindo alguns veganos (aqueles que não consomem nenhum tipo de carne, nem produtos derivados de animais, como mel, leite, gelatina ou ovos).

Eles descobriram que as pessoas com dietas veganas e vegetarianas têm menor risco de doença cardíaca, mas maior risco de derrame, em parte, possivelmente, devido à falta de vitamina B12.

Os pesquisadores descobriram que aqueles que não comiam carne registraram 10 casos a menos de doenças cardíacas e três derrames a mais a cada mil pessoas, em comparação com carnívoros.

A pesquisadora Tammy Tong, epidemiologista nutricional da Universidade de Oxford, diz que o maior risco de derrame hemorrágico — quando há sangramento em uma parte do cérebro — pode ter várias razões.

Embora o colesterol baixo proteja o organismo contra doenças cardíacas e derrames isquêmicos, existem evidências de que os baixos níveis de colesterol (associados à dieta vegana e vegetariana) podem estar associados a um pequeno risco de derrame hemorrágico.

Mas é fácil obter a quantidade “minúscula” que nosso organismo precisa de vitamina B12 a partir da chamada levedura nutricional ou de alimentos fortificados — aqueles enriquecidos com nutrientes — como o leite vegetal, diz Marco Springmann, pesquisador sênior de sustentabilidade ambiental e saúde pública da Universidade de Oxford.

Em países onde os alimentos não são enriquecidos com vitamina B12, o especialista recomenda suplementos vitamínicos.

Já a Academia de Nutrição e Dietética, dos EUA, afirma que a levedura nutricional não é uma fonte adequada de vitamina B12, e diz que os veganos devem tomar suplementos ou comer alimentos fortificados. As crianças e os bebês alimentados com dieta vegana também precisam ter volumes suficientes de vitamina B12 garantidos.

Proteína

 

Outra preocupação comum para quem está tentado a fazer a transição é se uma dieta vegana fornece proteína suficiente.

Embora as frutas e os legumes não tenham muita proteína, não há motivo para preocupação, diz Springmann. “Nunca [vimos] problemas de deficiência de proteína, apenas em pessoas que não comem calorias suficientes”, diz ele. “A proteína está em tudo.”

O leite de soja, por exemplo, tem aproximadamente a mesma quantidade de proteínas que o leite de vaca.

Também é improvável que uma dieta vegana cause deficiência de ferro, diz Springman, desde que sua alimentação inclua frutas e vegetais de todas as cores.

“Com o tempo, o corpo pode se adaptar à quantidade de ferro disponível na dieta. Se você tiver uma ingestão de ferro menor, poderá usar esse nutriente de forma mais eficiente “, diz o especialista.

Para Springman, a dieta vegana equilibrada é uma das dietas mais saudáveis.

“Descobrimos que a dieta vegana pode ser uma das mais saudáveis, superando a performance dos pescetarianos e vegetarianos, porque a dieta vegana é mais rica em frutas, legumes e vegetais e os benefícios à saúde compensam qualquer outra coisa”, diz Springman.

Ele recomenda que se coma muitas frutas e legumes de diferentes cores, nozes e castanhas, cereais integrais, feijões e lentilhas, além de sementes de chia, cânhamo e linhaça, que contêm ômega 3.

Variedade

 

Para aqueles que se preocupam com o fato de a dieta vegana supostamente não oferecer variedade suficiente, um estudo em 2018 não encontrou evidências de que uma dieta mais variada seja mais saudável.

Na verdade, foi descoberto que aqueles que seguiam uma dieta mais diversificada tendiam a ingerir mais alimentos processados ​​e bebidas açucaradas.

Ainda sobre alimentos não saudáveis, Springman mostrou preocupação com a crescente popularidade de junk food vegana. “Essas substituições veganas de junk food podem resultar no mesmo perfil de consumo de um onívoro não saudável”, diz.

Mas não precisa ser assim.

Em um estudo recente sobre os efeitos de uma dieta rica em plantas, mas não estritamente vegana, pesquisadores usaram índices que classificaram pessoas de acordo com o percentual de comidas a base de plantas em comparação com as de origem animal em suas dietas.

Aqueles que tinham dietas com maior ingestão de frutas e vegetais e menor consumo de produtos animais tiveram resultados mais saudáveis. O risco de doenças cardiovasculares entre os que consumiam mais plantas foi até 32% mais baixo, após ajustes de variáveis como idade, sexo, raça, educação e comportamentos como fumo, consumo de álcool e exercício.

“Encontramos uma relação impressionante entre padrões alimentares e o risco de ocorrências clínicas importantes”, diz Casey Rebholz, autora do estudo e professora assistente da Escola de Saúde Pública John Hopkins Bloomberg, em Baltimore, nos EUA.

Ela notou que pessoas que comiam mais frutas e vegetais geralmente comiam menos carne vermelha e processada, laticínios e peixe. No entanto, a pesquisa não confirma se a relação entre comer mais alimentos não-animais e a queda nos riscos de doença cardíaca se mantêm com o tempo ou se altera.

Em outras palavras, ela não provou se uma dieta estritamente vegana é mais positiva do que uma dieta composta principalmente por frutas e vegetais, mas com alguns produtos animais.

“Acredito que os benefícios para a saúde de uma dieta baseada em vegetais venham da combinação entre comer mais frutas e vegetais e quantidades menores de alimentos de origem animal, incluindo gordura saturada”, avalia a especialista.

Associações precipitadas

 

Muitos cientistas questionam a confiabilidade de pesquisas que associam a dieta vegana a uma melhora na saúde, uma vez que os veganos já tendem a ser mais saudáveis de forma geral.

“Normalmente, os veganos fumam menos, bebem menos álcool e se exercitam mais”, diz Faidon Magkos, professor associado do Departamento de Nutrição, Exercício e Esportes da Universidade de Copenhague (Dinamarca), que no ano passado publicou um estudo sobre pesquisas que examinam os efeitos da dieta vegana na saúde.

Esses fatores ligados ao estilo de vida, que também podem contribuir para um risco menor de doenças cardíacas e mortalidade, podem sugerir que a dieta vegana sozinha é mais saudável do que realmente pode ser.

Esses estudos servem como ponto de partida, lembra Faidon, e como a maioria dos dados sobre o veganismo é de observação, ainda existem incertezas em torno da dieta, principalmente quando se trata de efeitos a longo prazo.

Por exemplo: embora a glicemia mais alta possa indicar um risco maior de desenvolver diabetes, isso não ocorre necessariamente.

Para confirmar se uma mudança na dieta afeta a saúde, é necessário seguir os participantes por tempo suficiente para que sintomas de doenças apareçam, com estudos que durem pelo menos um ano”, diz Faidon.

Longo prazo

 

Evelyn Medawar, autora de uma análise sobre os benefícios metabólicos de uma dieta baseada em vegetais, diz que é importante que mais pesquisadores comecem a observar os efeitos da dieta na saúde.

“No momento, a sociedade está à frente das pesquisas quando se trata da dieta vegana”, diz ela.

“Muitas pessoas têm dúvidas sobre a dieta vegana devido a possíveis deficiências nutricionais, e só agora os pesquisadores estão pesquisando isso e os benefícios e riscos a longo prazo.”

“Precisamos afastar os medos ou conhecer as consequências a longo prazo. Isso pode fazer com que mais pessoas se interessem em adotar a dieta vegana por motivos de saúde”, diz.

Segundo Medawar, ainda pode demorar alguns anos até que tenhamos resultados de pesquisas sobre a forma como a dieta vegana afeta nossa saúde, já que isso exige estudos controlados.

Mas, apesar da falta de dados específicos sobre a dieta vegana, os pesquisadores dizem que as evidências existentes sobre dieta e saúde geralmente indicam algumas tendências.

Embora as evidências não sejam muito fortes para a dieta vegana especificamente, ela parece estar ligada a uma saúde melhor em geral. Em termos de densidade óssea, fraturas podem ser mais comuns devido a uma possível menor ingestão de cálcio e de vitamina B12.

Veganos têm um índice de massa corporal mais baixo (IMC), o que significa melhores níveis de colesterol e pressão arterial mais baixa, o que é um importante fator de risco para doenças cardíacas.

A dieta vegana é muito parecida com qualquer outra. Ou seja, ela pode ajudar a diminuir o risco de doenças ou aumentá-lo, dependendo dos alimentos que você consome.

“Se você comparar uma dieta baseada em vegetais com uma dieta não saudável que inclui carne, a dieta baseada em vegetais é certamente melhor”, diz Faidon. “Mas, se você seguir uma dieta onívora relativamente prudente, como a dieta mediterrânea, rica em frutas, legumes, verduras e pouca carne, há evidências que sugerem que esse tipo de dieta onívora é pelo menos tão saudável quanto uma dieta vegana”, ele prossegue.

Ainda há muito para se pesquisar antes de termos certeza se o veganismo pode ser mais saudável do que qualquer outra dieta — especialmente quando se trata de efeitos à saúde a longo prazo.

Enquanto isso, os especialistas aconselham que a melhor dieta vegana é aquela que inclui muitas frutas e vegetais, suplementos de vitamina B12 e menos frituras e alimentos processados.

(Fonte: G10

Veja o que o excesso de consumo de gordura faz com nosso corpo

Sob -45°C e estando no Alasca, onde não há muito o que se comer, é até compreensível uma dieta à base de gordura. Os esquimós ou inuítes, como são chamados os povos indígenas que vivem no ártico, por séculos se mantiveram graças a ela, proveniente de peixes, focas, ursos e baleias. Da gordura das carnes é possível extrair energia (calorias) e diferentes ácidos graxos. Em nosso contexto, os bovinos possuem a maior proporção de ácidos graxos saturados —que aumentam o colesterol “ruim” (LDL), mas pelo lado bom participam da produção hormonal e absorção de vitaminas, como A, D, E e K. em suínos e aves predominam os ácidos graxos insaturados, que fornecem vitamina E e ajudam a reduzir o LDL, se consumidos com moderação. Em salmão, atum e sardinha, são os tipos ômegas 3 e 6, as “gorduras do bem”.

Mas não só as carnes oferecem gordura e tudo o mais que elas representam. Alimentos processados (maionese, requeijão, chocolate ao leite) e de origem vegetal (óleos de soja, milho, girassol, azeite de oliva, linhaça, abacate, nozes) também. As gorduras saturadas são encontradas ainda nessa primeira lista e na segunda lista as insaturadas, que se dividem em monoinsaturadas e poli-insaturadas, diferenciadas pelas estruturas e moléculas de carbono.

As trans são outra categoria de gordura, resultante da hidrogenação industrial (embora obtida também em quantidades ínfimas da ruminação animal) e presente sobretudo nos alimentos que fazem uso dela para melhorar sua consistência e sabor (sorvete, comida congelada, margarina). Ela eleva os níveis de colesterol total e LDL e reduz os de colesterol “bom” (HDL).

Só se alimentar de gordura não dá Apesar de alguns contras, não se pode cortar as gorduras de nosso cardápio. É preciso uma quantidade diária delas, que ajudam na formação das células e a nos manter ativos. Porém, precisar é bem diferente de exagerar. Se o consumo de gordura saturada por dia não deve ultrapassar 22 gramas numa dieta de 2.000 calorias, o de gordura insaturada, para essa mesma quantia, deve ficar em até 44 gramas para monoinsaturada e 22 gramas para poli-insaturada.

“Em gorduras totais, representa de 30 a 35%, sendo 10% de saturadas, 20% monoinsaturadas e de 6 a 10% de poli-insaturadas”, explica Giovanna Oliveira, nutricionista membro do IBNF (Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional) e da clínica Dr. Maria Fernanda Barca, de São Paulo.

Para se ter uma ideia, duas fatias de queijo muçarela correspondem a 5,6 gramas de gordura saturada. Duas colheres (de sopa) cheias de amendoim torrado têm quase 9 gramas de gordura monoinsaturada, e uma posta de 100 gramas de salmão grelhado tem 5 gramas de gordura poli-insaturada. Já a ingestão de gordura trans não deve ser superior a 2,2 gramas por dia, o que equivale, por exemplo, a quatro biscoitos wafer ou de um tipo inteiramente de chocolate.

Exceder esses valores dia após dia —o que é muito fácil (ainda mais porque se cruzam) — faz a expectativa de vida despencar. “Não dá para viver só comendo gordura. Por longos períodos, problemas podem surgir”, aponta Fabiana Pedrosa, nutricionista e pedagoga pela Unicap (Universidade Católica de Pernambuco). Entre eles, altos níveis de ácido úrico, inflamações, pedras nos rins, falta de cálcio no sangue, ganho de peso, aumento de colesterol, digestão lentificada, mau funcionamento de órgãos, destruição de neurônios, diabetes, artérias entupidas e potencialização do risco de infarto e AVC, assim como de câncer.

 

(FONTE: UOL)

 

 

Conheça os perigos do consumo indiscriminado de vitaminas para blindar a imunidade na pandemia

O medo do novo coronavírus desencadeou uma corrida às farmácias em busca de suplementos e complexos vitamínicos para blindar o sistema imunológico. Um levantamento feito pela Epharma, startup da área de assistência médica e farmacêutica, com usuários de planos de saúde, constatou um aumento de 29% no consumo de suplementos vitamínicos entre janeiro e agosto de 2020.

Entretanto, o consumo indiscriminado de micronutrientes (vitaminas e minerais) pode causar um desequilíbrio e danos mais severos ao corpo, como alerta a professora do curso de Nutrição da Estácio, Viviane Lacerda.

“O uso excessivo desses nutrientes pode sobrecarregar o organismo e causar diversas toxicidades, dependendo do seu tipo e da dose. Para ilustrar, o excesso de vitamina A desregula o processo de renovação das células, podendo alterar a formação de tecidos, enquanto o acúmulo de cálcio pode aumentar o risco de pedras nos rins. A suplementação vitamínica só deve ser indicada como recurso quando não é possível atingir as necessidades através de hábitos saudáveis, com uma alimentação balanceada, in natura, sem conservantes, livre de produtos ultraprocessados, evitando o consumo de bebida alcoólica, associada à prática de atividade física e ao sono de qualidade”, enumera.

Ainda que seja indicada – quando há deficiência de vitaminas –, como lembra a também mestre em Nutrição e Saúde, a dose será recomendada considerando a idade. “A faixa etária é um importante fator. Para cada idade há um consumo mínimo, ideal e máximo, mas isso será avaliado pelo nutricionista, que também irá considerar as individualidades e demandas do paciente”, explica Viviane Lacerda.

Para a docente da Estácio, a melhor forma de se proteger continua sendo investir em uma alimentação colorida e equilibrada. “As porções vão depender do tipo de alimento e das necessidades de cada indivíduo, mas o importante é priorizar cereais, frutas, legumes, verduras, carnes, peixes, ovos. Quanto mais natural, colorida e diversificada for a alimentação, mais nutrientes a pessoa irá ingerir”, recomenda a profissional.

 

(FONTE: AGORA RN)

21 alimentos ricos em carboidratos

Os alimentos ricos em carboidratos, como pão, cereais, arroz e todas as massas, são uma importante forma de energia para o organismo, pois durante a sua digestão é gerada glicose, que é a principal fonte de energia para as células do corpo.

Quando estes alimentos são consumidos em grandes quantidades, o organismo utiliza uma parte para gerar energia, mas o que não é utilizado é armazenado na forma de gordura, favorecendo o aumento de peso. Por isso, o consumo de carboidratos deve ser controlado, sendo recomendado comer aproximadamente 200 a 300 gramas por dia, no entanto essa quantidade pode variar de acordo com o peso, idade, gênero e atividade física praticada pela pessoa.

No caso das pessoas que desejam perder peso, além de diminuir a ingestão de carboidratos, é ainda importante controlar o tipo de carboidrato que se come, devendo-se dar preferência para os carboidratos complexos ou para alimentos que também contenham uma elevada quantidade de fibras.

Lista de alimentos ricos em carboidratos

A tabela a seguir possui uma lista dos alimentos que possuem maior quantidade de carboidratos, assim como a sua quantidade de fibras:

Alimentos Quantidade de carboidratos (100 g) Fibras (100 g) Energia em 100 g
Cereais de milho tipo Corn flakes 81,1 g 3,9 g 374 calorias
Farinha de milho 75,3 g 2,6 g 359 calorias
Farinha de trigo 75,1 g 2,3 g 360 calorias
Farinha de centeio integral 73,3 g 15,5 g 336 calorias
Biscoito Maisena 75,2 g 2,1 g 443 calorias
Torrada integral 62,5 g 7,4 g 373 calorias
Bolacha tipo cream cracker 61,6 g 3,1 g 442 calorias
Pão francês 58,6 g 2,3 g 300 calorias
Pão de centeio 56,4 g 5,8 g 268 calorias
Pão branco 44,1 g 2,5 g 253 calorias
Arroz branco cozido 28,1 g 1,6 g 128 calorias
Arroz integral cozido 25,8 g 2,7 g 124 calorias
Macarrão cozido 19,9 g 1,5 g 102 calorias
Aveia em flocos 66,6 g 9,1 g 394 calorias
Batata cozida 18,5 g 1,6 g 87 calorias
Batata doce cozida 28,3 g 3 g 123 calorias
Ervilhas cozidas 7,9 g 4,8 g 72 calorias
Grão de bico cozido 16,7 g 5,1 g 130 calorias
Lentilhas cozidas 16,3 g 7,9 g 93 calorias
Feijão preto cozido 14,0 g 8,4 g 77 calorias
Soja cozida 5,6 g 5,6 g 151 calorias

Esta tabela apesenta apenas alguns dos alimentos mais ricos em carboidratos. Existem outros alimentos que contém carboidratos, mas em menor quantidade, como o leite, iogurte, queijo, abóbora, beterraba, cenoura, maçã ou pera, por exemplo. Outro alimento rico em carboidrato é a farinha de mandioca, bastante utilizada para fazer a farofa.

Porque comer carboidratos engorda?

Os carboidratos, especialmente os carboidratos simples, são uma fonte rápida de energia, pois são facilmente digeridos no estômago e absorvidos no intestino. Quando isso acontece, são liberadas no sangue elevadas quantidades de açúcar em pouco tempo, que vão ser utilizadas pelas células para funcionarem.

Porém, é comum que nem todo o açúcar que é liberado seja utilizado, especialmente em pessoas que não fazem atividade física. Esse açúcar que acaba sobrando é armazenado nas células adiposas, contribuindo para o aparecimento de gordura e amento do peso.

Porque as fibras podem ajudar

As fibras são compostos que não são digeridos pelo organismo, o que faz com que a digestão seja um pouco mais difícil e mais lenta. Assim, comer alimentos que contêm carboidratos, mas que também têm uma elevada quantidade de fibra, é um boa forma de garantir que os alimentos são digeridos mais lentamente, reduzindo a quantidade de açúcar que é liberada no sangue, em pouco tempo, e diminuindo a formação de gordura.

Alimentos ricos em carboidratos complexos

Os alimentos com carboidratos complexos são mais lentos para serem digeridos pelo organismo, sendo liberado o açúcar mais lentamente no sangue e ajudando a produzir a sensação de saciedade por um período maior, principalmente se o alimento possuir grande quantidade de fibras. Por isso, os alimentos ricos em carboidratos complexos são classificados como possuindo índice glicêmico baixo ou moderado. Conheça mais sobre o índice glicêmico dos alimentos.

Os alimentos ricos em carboidratos complexos são alimentos menos doces, como o arroz e o macarrão integral, assim como cereais integrais, lentilhas, grão de bico, cenoura ou amendoim.

Esses alimentos são ideais para os diabéticos e também para serem consumidos durante o processo de emagrecimento, até porque possuem grande quantidade de vitaminas do complexo B, ferro, fibras e minerais.

Alimentos ricos em carboidratos simples

Os alimentos ricos em carboidratos simples são aqueles que o corpo absorve mais rapidamente a nível intestinal para serem utilizados como energia, fazendo com que a pessoa sinta fome mais rapidamente, diferentemente dos carboidratos complexos com alto teor de fibras. Alguns exemplos de carboidratos simples são o açúcar refinado, açúcar demerara, melaço, o mel, a frutose presente nas frutas ou a lactose, que é o açúcar presente no leite.

Além disso, existem vários alimentos processados que contêm carboidratos simples na forma de açúcar como é o caso dos doces, refrigerantes, marmelada, sucos industrializados, gomas e guloseimas.

Esse tipo de carboidrato leva ao aumento rápido de açúcar no sangue e, por isso, são considerados de alto índice glicêmico. Alimentos de alto índice glicêmico devem ser evitados por diabéticos e por pessoas que desejam perder peso.

Quais são os carboidratos bons

Embora todas as fontes de carboidratos sejam boas, escolher os que são mais saudáveis não é uma tarefa fácil. A melhor opção para quem deseja perder peso ou melhorar seus resultados na academia é consumir alimentos integrais, além de frutas e vegetais. É ainda importante verificar a tabela nutricional dos alimentos para escolher a melhor opção, já que muitos produtos industrializados possuem açúcar adicionado, mesmo quando são salgados.

Algumas boas fontes de carboidratos que podem ser consideradas mais saudáveis devido à sua elevada quantidade de fibras são:

  • Frutas ricas em fibras: ameixa, mamão, pêra, morangos, kiwi, tangerina, limão, pitaya e pêssego;
  • Alimentos integrais: arroz integral, arroz com grãos, macarrão integral, pão integral ou pão com sementes;
  • Vegetais: repolho, brócolis, couve-flor;
  • Grãos: feijão, lentilha, grão de bico e ervilhas;
  • Cereais: aveia;
  • Tubérculos: batata doce com casca e inhame

Os alimentos ricos em açúcar, como bolos, biscoitos, barras de cereal e doces em geral não devem ser consumidos caso se deseje perder peso ou aumentar a massa muscular.

(Fonte: Tua Saúde)

Incluir probióticos na dieta faz perder 2 vezes mais peso, diz estudo

Um estudo publicado no British Journal of Nutrition, mostrou que as mulheres obesas que consumiram probióticos perderam duas vezes mais peso durante as 24 semanas de estudo do que o grupo feminino que tomou placebo.

Segundo a nutricionista Luanna Caramalac, o processo de emagrecimento é multifatorial, e que deverá incluir uma nutrição adequada, estilo de vida adequado com atividade física, uma nutrição adequada, estilo de vida adequado com atividade física, uma boa genetica, inclusao de hormonios e microbiota.

A boa notícia desses estudos aponta que a ingestão de probióticos podem contribuir para a perda de peso, já que os probióticos modulam a microbiota intestinal e uma alimentação saudável e estilo de vida também contribuem para isso, não adianta tomar probióticos e manter hábitos inadequados

(Fonte: Boa Forma)

Olimpíadas: veja como funciona a alimentação dos atletas de acordo com cada modalidade

Para que o atleta obtenha alta performance na competição é necessário que o seu corpo esteja alinhado com a modalidade esportiva que vai competir. Nesse sentido, ter uma boa alimentação é essencial para se ter bons resultados.

Dentro do esporte olímpico, existem várias modalidades esportivas, e cada uma exige um biotipo corporal de atleta, por isso o consumo de carboidratos e proteínas variam de competidor para competidor, levando em consideração o tipo e tempo de treino.

O nutricionista Rafael Soares explica como deve ser a alimentação de acordo com as modalidades. Confira:

Atletas de Força

Englobam os lutadores, competidores de levantamento de peso, musculação e atletas da ginástica olímpica.

“São atletas que precisam de muita massa, então eles não podem ter uma dieta com baixo carboidrato. Esses competidores precisam ter uma alimentação equilibrada durante o dia. Aconselho uma divisão equivalente de proteínas, gordura e carboidratos, sendo 30% a 35%, de cada um dos macronutrientes”, explica.

Antes do treino: “Até 1h/1h30 antes, é importante que esses atletas façam uma refeição rica em carboidratos para que tenham uma reserva para a atividade”, completa.

Atletas de Endurance

Fazem parte ciclistas e maratonistas. Geralmente, são atletas magros e que têm um alto gasto energético, visto que praticam esportes de até 2h.

“São competidores que precisam de reserva muscular, mas não de volume. O ideal é ter uma dieta rica em proteína, como ovo, frango, peixe, e ter um baixo consumo de carboidratos durante o dia”, pontua.

Antes do treino: “Em torno de 45 min antes da atividade física, é ideal uma refeição com carboidratos. Depois de completada a primeira hora do treino, ele volta a ingerir géis de carboidratos, a cada 15 min”.

Exercícios de Explosão

Incluem futebolistas, jogadores de vôlei e de basquetebol.

“Eles possuem um padrão misto do endurance e da força, pois são resistentes e praticavam esportes de longa duração. A dieta deve ser equilibrada para que não ganhe massa muscular, mas que também não perda. Aconselho um consumo moderado de carboidratos e proteínas.

Antes do treino: “Em até 1h antes é ideal se alimentar com bastante carboidrato e proteínas e depois, durante os intervalos, que ele faça mini refeições, pode ser gel de carboidrato, banana”, acrescenta.”É válido frisar que, independente da modalidade, sempre após a prática esportiva, é importante uma refeição com carboidratos calculados para cada atleta”, finalizou o nutricionista.

 

(Fonte: Folha Vitória)

O que os alimentos ultraprocessados fazem com nosso corpo?

Desde que a humanidade descobriu o fogo e as especiarias, não olhamos mais para trás: continuamos inventando novas maneiras de desconstruir os alimentos para depois reformulá-los.

O que fazemos com a comida para criar novos sabores e experiências é incrivelmente criativo.

Mas o que os alimentos que consumimos fazem com a gente talvez seja ainda mais fascinante, sobretudo quando se trata de alimentos ultraprocessados.

O que são alimentos ‘ultraprocessados’?

Conservas, enlatados, pasteurização, fermentação, reconstituição — todas estas são formas de processamento de alimentos e os resultados finais costumam ser deliciosos.

O médico e pesquisador Chris Van Tulleken conduziu recentemente um experimento para a BBC em que comeu alimentos ultraprocessados ​​por um mês. Alerta de spoiler: não acabou bem.

Para o experimento, que fazia parte do documentário What are we feeding our kids? (“Com o que estamos alimentando nossos filhos?”, em tradução livre), Tulleken adotou uma dieta na qual obtinha 80% de suas calorias de alimentos ultraprocessados ​​— proporção cada vez mais comum para pessoas em países de alta renda como Reino Unido, Canadá, Austrália e EUA. Mesmo tendo uma amostra de uma só pessoa, o experimento apontou diversos elementos importantes.

Como os alimentos ultraprocessados afetam o corpo?

Ao fim do período de um mês, Tulleken relatou dormir mal, sentir azia, lentidão, constipação, hemorroidas e um ganho de peso de 7 kg.

Um estudo conduzido junto com o experimento de Tulleken ofereceu algumas razões científicas para isso.

A pesquisa mostrou que quem adota uma dieta ultraprocessada acaba ingerindo pelo menos 500 calorias a mais por dia em comparação com aqueles que consomem ultraprocessados em pouca quantidade.

O indivíduo também registra um aumento no hormônio responsável pela fome e uma diminuição no hormônio que nos faz sentir saciados, o que poderia explicar por que muitos comem demais e engordam.

Mas o ganho de peso é apenas um dos inúmeros problemas associados a uma dieta rica em ultraprocessados.

Outros estudos anteriores mostraram uma relação entre o consumo prolongado de ultraprocessados e um risco maior de doenças cardíacas, obesidade, diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer e até depressão.

No estudo, os ultraprocessados também tiveram um impacto em como comemos: pessoas com uma dieta rica em ultraprocessados comiam muito mais rápido do que aquelas com uma alimentação processada minimamente.

Pesquisas anteriores relacionaram comer mais devagar com a sensação de saciedade. Mas os alimentos ultraprocessados “são tão fáceis de mastigar e engolir”, admite Tulleken.

“Alimentos ultraprocessados ​​têm um gosto bom”, ecoa Emma Beckett, cientista de alimentos e nutrição. E como especialista em ciência da nutrição, ela tem uma explicação simples para isso.

Segundo ela, nosso amor por gorduras e carboidratos é uma “ressaca da evolução”. “As fontes de energia e sal eram escassas quando a seleção [natural] escolheu nossas papilas gustativas.”

Para nossos ancestrais, “doce e umami indicavam diretamente as fontes de energia, carboidratos e proteínas, respectivamente”, diz ela. “O sal provavelmente é apetitoso porque é essencial em pequenas quantidades, mas não era facilmente disponível historicamente.”

Mas um fator não menos importante do que a evolução, talvez, seja o processo de produção que está por trás desses alimentos ultraprocessados.

“Estes produtos são frequentemente desenvolvidos para atingir nosso ‘bliss point’ (ponto de felicidade ou ponto ideal, em tradução livre)”, explica Beckett, “o nível perfeito de sal, gordura e/ou açúcar; e para estar logo abaixo do ponto denominado ‘saciedade sensorial específica’, que é o ponto em que os sentidos ficam sobrecarregados e você não quer mais.

(Fonte: G1)