Medicina Integrativa: pacientes oncológicos vistos como ‘um todo’

A Medicina Integrativa é um tema bastante inovador e está sendo bastante discutido nos congressos de Nutrição oncológica este ano. ⁣

⁣Trata-se de uma especialidade médica que objetiva focar no ser humano como UM TODO e não somente nos sintomas da doença. ⁣

⁣Ela foca na melhora da qualidade de vida dos pacientes oncológicos, oferecendo cuidados que vão além do corpo, mas também abrangem a mente e o espírito. ⁣

⁣Na realidade, combina a medicina convencional com as práticas da medicina complementar. E é mais um recurso que os profissionais de saúde têm usado para o manejo das  náuseas, dores e fadiga, sintomas frequentes durante o tratamento do câncer. ⁣

⁣Entre as técnicas usadas para esse fim, podemos citar acupuntura, apoio espiritual,  musicoterapia, yoga e até a dança. ⁣

⁣Em minha opinião, assim como é complexa a doença, também deve ser variada a forma de tratar o câncer. Tudo que vier a somar no bem-estar dos nossos pacientes é válido e extremamente positivo. 

Nessa quarentena, capriche no consumo de água

Que tal manter uma garrafinha com água o tempo todo por perto? Nesse momento, é ainda mais importante nos mantermos hidratados.

💧 A água não só compõe grande parte do organismo como todas as reações metabólicas ocorrem em meio líquido. ⁣

✅ Embora a água pura seja a opção mais adequada para hidratar, você pode também  apostar em sucos e chás naturais para dar uma força nessa tarefa.

➡️ Veja no nosso Telegram mais dicas sobre como melhorar sua hidratação (link para o grupo na bio)! 

O que quer dizer comida de verdade?

Já parou para pensar no conceito de alimentação saudável? Muita gente pode acabar associando o termo a alimentos “especiais”, mais caros, raros e pouco acessíveis. Mas a resposta para essa pergunta pode ser bem mais simples do que você imagina.

Estamos falando da comida de verdade. Um conceito já bem conhecido por quem acompanha o Guia Alimentar para a População Brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde. De acordo com a publicação, a regra de ouro para comer de forma saudável é basear a alimentação em alimentos in natura ou minimamente processados.

Segundo a Dra. Elisabetta Recine, nutricionista, docente e coordenadora do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição da Universidade de Brasília (UnB), a comida de verdade nada mais é do que a tradução popular da alimentação adequada e saudável.

O Guia Alimentar do Ministério da Saúde destaca que o consumo de arroz, feijão, milho, mandioca, batata e de vários tipos de legumes, verduras e frutas tem como consequência natural o estímulo da agricultura familiar e da economia local. Isso favorece as formas solidárias de viver, produzir e contribuir para a promoção da biodiversidade, além de colaborar para reduzir o impacto ambiental da produção e distribuição dos alimentos.

É importante lembrar que é por meio das iniciativas dos produtores locais que muitas pessoas têm acesso aos alimentos para se colocar na mesa. A nutricionista ressalta ainda o papel desses produtores durante a pandemia, que tem sido fundamental para garantir o abastecimento de alimentos saudáveis para as populações que estão hoje em quarentena.

Para Elisabetta Recine, a comida de verdade é a expressão do trabalho que os agricultores fazem diariamente no campo brasileiro: o de produzir alimentos saudáveis, que geram riqueza para suas comunidades e para o país.

 

A comida de verdade durante a pandemia

Existem inúmeras evidências que reforçam a importância do consumo de alimentos frescos, como hortaliças, grãos e frutas, como forma de proteção da saúde para um conjunto de doenças e de fortalecimento do sistema imunológico. Sendo fundamental não só para esse momento da pandemia, mas também para qualquer etapa da vida.

A nutricionista reforça ainda que quanto mais o nosso organismo estiver sadio, melhores serão as condições para enfrentar uma possível contaminação.

Outro ponto importante a ser destacado é o papel que a alimentação exerce no contexto social. Muito mais que um ato de saciar a fome, fazer a refeição é também um momento de compartilhamento. Principalmente no contexto da pandemia, sentar-se à mesa na companhia de outras pessoas pode ser um instante de lazer, de socialização, de cumplicidade.

“É importante a gente olhar a alimentação como um fator que vai além do que ela nos proporciona em questão de nutrientes que fazem bem a saúde, mas também como um elemento agregador e de diversificação das formas como as pessoas se relacionam dentro de casa”, encerra Elisabetta.

 

Onde encontrar a comida de verdade durante a pandemia?

Para muitas pessoas, o consumo de alimentos frescos já é um desafio em um contexto normal, mas agora se tornou maior ainda. Se você está com dificuldade de garantir seu acesso a alimentos frescos ou conhece alguém nessa situação, aqui vão algumas dicas:

  • Dê preferência aos locais onde você encontra todos os tipos de alimentos e faça uma lista de tudo o que você precisa;
  • Sempre que possível, faça suas compras em mercados, feiras livres, feiras de produtores e outros locais, como “sacolões” ou “varejões”, onde são comercializados alimentos in natura ou minimamente processados, incluindo os orgânicos e de base agroecológica;
  • Neste momento de pandemia, outras boas alternativas são os veículos que percorrem as ruas comercializando frutas, verduras e legumes adquiridos em centrais de abastecimento;
  • Durante a pandemia, a organização dos grupos de compras coletivas pode ser uma boa saída. Que tal fazer um levantamento de vizinhos interessados em comprar e grupos de produtores que estão fazendo entregas? Existe até a opção de combinar uma entrega semanal desses alimentos em casa;
  • Para facilitar ainda mais esse mapeamento, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) preparou um espaço para divulgar as iniciativas que estão comercializando comida de verdade em todo o Brasil. No portal, é possível filtrar por estado, cidade, modalidade e região: https://feirasorganicas.org.br/comidadeverdade/;
  • Mas para que tudo continue sendo saudável, não dá para esquecer das medidas de segurança. Se for à feira ou supermercado, use a máscara, mantenha a distância mínima de 2 metros em relação aos outros clientes, prefira horários mais tranquilos e sempre faça a higienização das mãos e dos alimentos, sejam eles frescos ou embalados.

(Fonte: Ministério da Saúde)

Onconutri agora também está no Telegram

Estamos com mais um canal de comunicação. Acompanhe a gente também pelo Telegram, com dicas, quizes, discussões e informações detalhadas sobre Nutrição em Geral e Oncológica. 

Procure por Onconutri Piauí e junte-se a nós hoje mesmo. Te vejo lá! 😉

Óleo de linhaça é bom para saúde geral, da pele e dos cabelos

A linhaça, semente proveniente do linho, tem ganhado bastante destaque entre aqueles que buscam por uma alimentação saudável. Além da semente in natura, também é possível encontrar no mercado a farinha e o óleo de linhaça. Esse último, vendido em cápsulas ou na versão líquida, também é muito usado para os cuidados com a pele e com os cabelos.

A linhaça é uma importante fonte de ácidos graxos poliinsaturados (ômega 3 e ômega 6). Esses ácidos graxos são denominados essenciais, já que o organismo é incapaz de sintetizá-los, devendo ser obtidos através da alimentação.

O óleo de linhaça é composto em 60% pelo ácido graxo citado. Por isso, traz diversos benefícios ao organismo. De acordo com Andréia Carrara, nutricionista clínica e esportiva, de São Paulo, uma das benfeitorias do alimento é o fato dele bloquear a formação de citocinas.

Citocinas são elementos liberados no organismo como resposta a lesões, infecções e exposições a substancias estranhas. Estas moléculas causam fadiga e sono em pessoas que se recuperam de infecções bacterianas ou virais, e com o uso do óleo de linhaça, essas duas consequências podem diminuir.

Mais benefícios:

  • diminui os sintomas da TPM e da menopausa;
  • reduz das taxas de LDL, o colesterol ruim, e aumenta os níveis de HDL, o bom colesterol;
  • auxilia no processo de cicatrização;
  • ajuda na prevenção de doenças e distúrbios neurológicos;
  • protege o corpo contra alergias e doenças inflamatórias;
  • ajuda a prevenir doenças cardiovasculares.

PARA PELE E CABELOS

A versatilidade do óleo de linhaça é tanta que ele também tem sido usado em rituais de beleza, sendo indicado para cuidar tanto dos cabelos da pele. O óleo de linhaça mantém a hidratação dos fios por mais tempo, reduzindo o frizz. Já para a pele, ele é indicado na hidratação e como antirrugas.

O óleo de linhaça é indicado sobretudo para cabelos secos e fios danificados por tratamentos químicos e pode ser aplicado diretamente no cabelo, ou sob forma de máscara capilar.

Basta separar 1 colher de sopa do óleo de linhaça para cada 4 colheres de sopa do seu creme de hidratação capilar preferido. Aplicar nos fios e deixar agir por 20 a 30 minutos. Para o rosto ou corpo, o produto também pode ser aplicado diretamente na pele ou acrescido a hidratantes de sua preferência.

(Fonte: Revista da Mulher)

.

Manter-se ativo ajuda a evitar o câncer

Ser fisicamente ativo nos ajuda a ficar longe do câncer. E mesmo não podendo ir à academia, temos que manter uma rotina de exercícios em casa durante essa pandemia. ⁣

Mas como saber se eu sou fisicamente ativo?⁣

Bom, se você realiza pelo menos 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada ou de pelo menos 75 minutos de atividade física aeróbica de intensidade vigorosa ao longo da semana, ou uma combinação equivalente de atividade de intensidade moderada e vigorosa, parabéns. Você é fisicamente ativo!!!⁣

𝐄𝐱𝐞𝐦𝐩𝐥𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐚𝐭𝐢𝐯𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐧𝐬𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐦𝐨𝐝𝐞𝐫𝐚𝐝𝐚 são caminhadas, ciclismo, tarefas domésticas, jardinagem e certas ocupações (trabalho fisicamente ativo), além de atividades recreativas (por exemplo, natação e dança).⁣

⁣𝐀𝐭𝐢𝐯𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐧𝐬𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐯𝐢𝐠𝐨𝐫𝐨𝐬𝐚: corrida, natação rápida, ciclismo rápido, aeróbica e alguns esportes coletivos.⁣

Então, você é (está) fisicamente ativo? Se não, que tal começar HOJE MESMO? Bom dia!🌞 

12 notícias do maior congresso sobre câncer do mundo

Realizado online pela primeira vez por causa da pandemia do coronavírus, o tradicional congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês) reuniu, entre os dias 29 e 31 de maio, 42 700 especialistas para apresentar as principais novidades no combate ao câncer.

Em 2020, ganharam destaque estratégias contra tipos da doença para os quais não havia avanços recentes, como as neoplasias trofoblásticas, que ocorrem raramente em certas gestantes, e tumores de próstata e pâncreas em estágio avançado.

Algumas das descobertas contaram com a participação de cientistas brasileiros. O encontro virtual incluiu ainda dados fresquinhos sobre a relação entre o câncer e a progressão da Covid-19.

Veja Saúde mergulhou na programação e nas pesquisas. E, claro, conversou com especialistas sobre os destaques desse que é maior evento de oncologia do mundo. Veja abaixo:

1) Um exame que aperfeiçoa a indicação de quimioterapia para câncer de mama

O Oncotype X, teste genético que identifica mutações nos próprios tumores, alcançou até 96% de eficácia em determinar se uma mulher com câncer de mama em estágio inicial realmente se beneficiaria da quimioterapia.

Uma das etapas da pesquisa incluiu 155 voluntárias do Hospital Pérola Byington, em São Paulo. Entre elas, 151 haviam sido direcionadas para receber tanto quimio quanto hormonioterapia. Mas, com a investigação do DNA tumoral, notou-se que só 47 precisariam de fato da quimioterapia.

A novidade pode ajudar a evitar tratamentos desnecessários, que só agregam reações adversas e mal-estar à mulher.

2) Mais personalização vem aí

Uma das maiores promessas do mundo oncológico é a individualização do tratamento. Hoje, testes modernos ajudam a determinar qual droga será mais eficaz contra aquele tumor em específico, baseado em seu perfil genético e outras análises.

No encontro da Asco, pesquisadores alemães apresentaram um algoritmo que analisa os dados moleculares priorizando alterações tratáveis por fármacos já liberados ou em estudo.

A tecnologia melhorou o prognóstico de tumores infantis. Entre 525 crianças, 149 tinham um tipo da doença que poderia receber terapias selecionadas pelo algoritmo. Um grupo mais seleto, de 20 pequenos, apresentou altíssima compatibilidade com alguma droga.

Nessa segunda parcela, a taxa de sobrevivência sem progressão do câncer foi de 204 dias, ante 114 nos outros pacientes (quase o dobro).

3) Câncer de próstata combatido sem bloquear a testosterona

Está aí outra baita novidade de um estudo brasileiro, o primeiro no mundo a avaliar o uso isolado de tratamentos que não comprometem a produção da testosterona em homens com câncer de próstata metastático (que já se espalhou pelo corpo).

Quando surge pela primeira vez, um nódulo maligno na glândula é combatido com cirurgia, químio ou radioterapia. Contudo, se ele volta, muitas vezes é preciso fazer a castração química, que derruba os níveis de testosterona.

“Só que a falta do hormônio traz efeitos colaterais importantes, como disfunção sexual, perda de massa muscular e aumento do risco de infarto”, aponta Gustavo Cardoso Guimarães, cirurgião oncológico, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR).

A pesquisa nacional, conduzida pelo oncologista Fernando Maluf, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, comparou a abordagem tradicional a medicações chamadas de inibidores da sinalização androgênica. “Elas impedem que a testosterona seja utilizada pelo tumor, mas não interrompem sua produção”, comenta Guimarães.

Essas drogas já são aplicadas nas recidivas — quando a doença volta a dar as caras. Mas, até então, sempre vinham acompanhadas da tal castração.

No trabalho de Maluf, foi demonstrado que os inibidores da sinalização androgênica podem ser eficazes sozinhos. Falta confirmar exatamente em quais pacientes essa tática seria suficiente, pois nem todos os voluntários atingiram os resultados esperados. Ainda assim, estamos diante de uma notícia animadora.

4) Impactos da Covid-19 no tratamento e pesquisa do câncer

No painel sobre o assunto, o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos exibiu os principais abalos da pandemia na oncologia. Foram eles: atrasos no diagnóstico, queda no rastreamento dos tumores e interrupções no tratamento.

A entidade citou ainda limitações impostas às pesquisas da área, com ensaios clínicos parados e laboratórios fechados. Mesmo antes do congresso da Asco, oncologistas já vinham calculando o custo da pandemia. “Estimamos que mais de 2 milhões de cirurgias oncológicas deixaram de ser feitas no mundo, 40 mil delas no Brasil”, projeta Gustavo Guimarães.

5) Câncer é fator de risco para mortes por coronavírus

Dois estudos sobre o efeito da doença no prognóstico da Covid-19 foram destaque na programação. O primeiro, conduzido pelo consórcio de especialistas CC19, avaliou 928 indivíduos com câncer nos Estados Unidos que contraíram o Sars-CoV-2.

Cerca de 120 faleceram, o que corresponde a uma letalidade de 13%, consideravelmente mais alta do que na população em geral. Os fatores mais associados ao óbito eram ter um câncer progredindo negativamente e uma idade superior a 65 anos.

O outro trabalho envolveu 400 pessoas com tumores torácicos. Os achados foram semelhantes, com a descoberta adicional de que ter uma comorbidade, em especial hipertensão, reduzia ainda mais a chance de sobrevivência à Covid-19.

Um ponto comum entre os dois experimentos é o de que o dano já provocado pelo tumor influencia na resposta à infecção. Para chegar a essa conclusão, os médicos apostaram na escala ECOG, que mede a funcionalidade do indivíduo. “Não houve mortes entre os que não tinham nenhum comprometimento clínico ou na autonomia”, destaca Guimarães.

6) Olaparibe diminui a recidiva de câncer de ovário…

Esse medicamento, da Astra Zeneca, atua na expressão dos genes BRCA 1 e 2, cujas mutações costumam fomentar tumores de ovário reincidentes. Em estudo apresentado na Asco, ele foi comparado com um placebo em um grupo de cerca de 300 mulheres já submetidas anteriormente à quimioterapia (uma das primeiras opções nesse cenário).

Os cânceres no órgão costumam responder bem à quimio, mas o retorno da doença é frequente. “O que a nova pesquisa mostra é um ganho significativo no tempo de vida sem a doença, que aumentou para mais de um ano”, comenta Andréa Gadelha, oncologista clínica do IUCR e do A.C.Camargo Cancer Center.

Em outras palavras, a paciente fica consideravelmente mais tempo sem conviver com um câncer ativo. Sinônimo de, no mínimo, maior qualidade de vida.

7) …e pode ajudar pacientes com tumores de próstata e pâncreas

Esses males também podem ser financiados por alterações nos genes BRCA. Em dois pequenos estudos, o tratamento com o olaparibe promoveu respostas positivas por pelo menos 16 semanas em 70% dos participantes com câncer de próstata e em 31% dos com tumores no pâncreas. Ambos os grupos sofriam com estágios avançados das enfermidades.

“É um dado interessante, porque esses indivíduos em geral não têm perspectiva de melhora. Eles ficam apenas sob cuidados paliativos”, pontua Andréa.

As pesquisas fazem parte de uma iniciativa maior da Asco, batizada de TAPUR, que investiga como aplicar o mesmo remédio em mais de um tipo de tumor com base em seu perfil molecular.

8) Imunoterapia melhora prognóstico do câncer colorretal

Estamos falando do pembrolizumabe (da MSD). Em uma das pesquisas discutidas na reunião da Asco, o composto dobrou o tempo de vida sem progressão da doença em pessoas com câncer colorretal metastático — de 8 para 16 meses —, quando comparado com a quimioterapia.

A ideia é que o medicamento passe a ser receitado como primeira opção para esse tipo de tumor. Ele pertence à classe dos imunoterápicos, que interfere na própria resposta de defesa do organismo contra o câncer e é considerada um dos principais avanços na oncologia dos últimos tempos.

9) Mais imunoterapia, agora contra um câncer ginecológico raro

Outro fármaco dessa família, o avelumabe (Merck e Pfizer), trouxe esperança para um tipo raro de tumor feminino que costuma aparecer durante ou após a gravidez. São as neoplasias trofoblásticas. “Fazia tempo que não víamos novidades nessa categoria”, comemora Andréa.

No congresso da Asco, a Pfizer apresentou um estudo inicial baseado em 15 mulheres com reincidência dessa doença — o que ocorre com frequência. Mais da metade (oito delas) foram consideradas curadas ao fim de um ano de acompanhamento. O levantamento ainda é pequeno, porém traz perspectivas positivas.

10) Mesmo perto do diagnóstico do câncer de pulmão, parar de fumar aumenta chance de sobrevivência

Já se sabe que largar o cigarro melhora o prognóstico de eventuais tumores pulmonares que aparecerem no futuro. Mas um trabalho apresentado na reunião da Asco destaca que, mesmo quando essa medida saudável só ocorre pouco tempo antes do surgimento da enfermidade, ainda assim os pacientes colhem benefícios concretos.

A investigação foi feita com mais de 35 mil indivíduos de diversos países. Ex-fumantes que largaram o vício menos de dois anos antes do diagnóstico tiveram um risco 12% menor de morrer quando comparados aos tabagistas. Ter cortado o cigarro há mais de cinco anos reduzia o perigo de morte em 20%.

“Os resultados fornecem um incentivo adicional aos fumantes de longa data, porque mostram que nunca é tarde para parar”, destacou, em comunicado à imprensa, o oncologista Howard Burris, presidente da Asco.

11) Após cirurgia para câncer de pulmão, osimertinibe aumenta tempo sem doença

Um tipo específico de câncer de pulmão, o de não pequenas células com mutações no gene EGFR, apresenta alta probabilidade de reincidência mesmo que a quimioterapia e as cirurgias sejam consideradas um sucesso.

Quem convive com ele em estágio avançado já pode recorrer ao osimertinibe (Astra Zeneca), uma droga que se enquadra no grupo das terapias-alvo. Trocando em miúdos, são tratamentos que miram uma molécula específica da doença, como um míssil teleguiado.

No caso do osimertinibe, o alvo atende pelo nome de tirosina quinase, uma enzima envolvida no crescimento do nódulo maligno. Pois um novo trabalho, conduzido pela Universidade Yale, dos Estados Unidos, indica que ele também é bem-vindo em fases mais iniciais da doença.

Artigo: desnutrição em idosos com câncer

Devido ao acelerado crescimento da população idosa e ao progressivo aumento da incidência de câncer com o envelhecimento, o tratamento de pacientes idosos com esta enfermidade, tornou-se um importante problema de saúde pública1. A ocorrência de tumores na população com idade igual ou maior a 65 anos tem aumentado consideravelmente em comparação com os adultos mais jovens2. A idade média de diagnóstico de doença oncológica é de 66 anos e 70% da mortalidade por câncer ocorre em pessoas com mais de 65 anos3,4.

Com o avanço da idade é maior a chance de surgimento da carcinogênese, pois há uma suscetibilidade aumentada dos tecidos envelhecidos aos agentes cancerígenos2. Múltiplos fatores pró-inflamatórios como prostaglandina E2, interleucina (IL) -6, IL-1, fator de necrose tumoral (TNF-α), ligante do TNF e interferon γ são produzidos durante o processo carcinogênico e expressam ações catabólicas por meio dos receptores específicos nos tecidos muscular e adiposo, caracterizando a desnutrição associada ao câncer5.

A desnutrição é mais prevalente em pacientes idosos com câncer que em pacientes jovens, variando entre 25% a 85%, uma vez que o processo de envelhecimento está associado às várias alterações fisiológicas, que podem ter implicações no estado nutricional1,6.

Identificar os fatores de risco para prejuízos nutricionais permitirá intervenções, que podem melhorar o tratamento, tolerância, qualidade de vida e resultados de sobrevivência7. Dentre os principais fatores relacionados com a desnutrição, destacam-se fatores psicossociais, socioeconômicos, vulnerabilidade do idoso, alterações cognitivas, polifarmácia, quedas, incontinência e outras síndromes geriátricas8. A localização do tumor tem forte influência na mortalidade, uma vez que 50% de mortes associadas à desnutrição incluem os cânceres pancreático, esofágico, gástrico, pulmonar, hepático e colorretal2.

Alterações metabólicas, disfagia, caquexia, efeitos colaterais de toxicidade aguda das terapias anticâncer (anorexia, náusea e vômito) podem exacerbar a deterioração nutricional9 levando a maior morbidade e mortalidade, baixa qualidade de vida, do estado funcional e da tolerância ao tratamento, mau prognóstico, aumento de infecções pós-cirúrgicas, tempo prolongado de internação e maior readmissão. Pacientes desnutridos são 2,53 vezes mais propensos a ter depressão e 3,82 vezes mais probabilidade de serem frágeis7.

Algumas pesquisas têm identificado os fatores relacionados à desnutrição em idosos. No estudo transversal e multicêntrico de Pinho et al., em 45 hospitais públicos no Brasil, 55% dos participantes com idade ≥65 anos tinham desnutrição moderada e grave sendo inapetência (OR, 1,90; IC 95%, 1,62-2,22; P <0,05) e xerostomia (OR, 1,40; IC 95%, 1,1-1,67; P <0,05) os principais fatores associados à desnutrição10.

Na coorte multicêntrica hospitalar conduzida por Nivaldo Barroso de Pinho com 3061 pacientes idosos com câncer verificou-se que 33,4% dos pacientes estavam desnutridos e 39,3% estavam em risco de desnutrição. Os autores constataram que o tempo de internação hospitalar (em dias) foi maior nos pacientes com pior estado nutricional (desnutridos: 7,07 ± 7,58; com risco: 5,45 ± 10,73; eutrofia: 3,9 ± 5,84; p <0,001)3,6.

Diante disto, a triagem e a avaliação nutricional devem ser realizadas imediatamente após a hospitalização (até 48 h da internação) para permitir diagnóstico e intervenção multi/interdisciplinar precoce10,11, sendo a Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente (ASG-PPP) e a Mini Avaliação Nutricional (MAN) as  ferramentas mais indicadas para a população idosa e oncológica durante a admissão hospitalar12.

Para confirmar o déficit nutricional do idoso durante a internação ou atendimento ambulatorial, recomenda-se o uso da ASG-PPP ou da MAN versão reduzida além de  uma anamnese nutricional detalhada, dados clínicos, exame físico, história alimentar, exames laboratoriais  e parâmetros antropométricos (índice de massa corporal, dobra cutânea tricipital e os perímetros da panturrilha, do braço e muscular do braço ) utilizando-se fórmulas preditivas quando não for possível o uso de medições. Associada à essas medidas, preconiza-se a utilização do percentual de perda de peso (%PP), importante marcador de risco nutricional ou desnutrição, para auxiliar na identificação da efetividade e encaminhamento das intervenções nutricionais11,12.

Mesmo com a conscientização sobre a associação de desnutrição e piores desfechos clínicos, os pacientes nem sempre recebem intervenção nutricional ideal. Algumas estratégias incentivadas são: 1) Garantir o ajuste adequado das próteses para melhorar função mastigatória e ingestão oral e facilitar o prazer de comer; 2) Assegurar aporte energético e proteico adequados; 2) Atender às recomendações hídricas, de vitaminas e de minerais; 3) Evitar jejuns prolongados e desnecessários para procedimentos; 4) Quando a ingestão oral de alimentos é inadequada, suplementos nutricionais orais são uma alternativa; 5) Para aqueles que não conseguem tolerar a ingestão oral e atendem aos critérios para alimentação por sonda ou nutrição parenteral total (NPT), essas intervenções precisam ser iniciadas o mais rápido possível; 6)Para pacientes em cuidados ao fim de vida, prescrições nutricionais devem se concentrar no conforto e qualidade de vida7,8,12,13.

O cuidado nutricional ao paciente idoso com câncer deve basear-se na sua capacidade funcional, cognitiva, nutricional e socioeconômica, entre outras, e ter como objetivo manter ou recuperar o estado nutricional, melhorar o sistema imunológico, minimizar os efeitos colaterais do tratamento, assim como promover qualidade de vida.

 

Autora:

Celia Cristina Diogo Ferreira

Atuação como Especialista em Nutrição Oncológica pela SBNO em Cabo Frio e Macaé / Rio de Janeiro

 

Acesse também no site da SBNO

https://sbno.com.br/alimentos-e-o-cancer-estao-correlacionados-2/

Obesidade infantil: “As crianças precisam de rotina, principalmente na quarentena”

Hoje, dia 3 de junho, é lembrado como o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade na infância é um dos problemas públicos de saúde mais graves do Século XXI. 

Sabe-se, também, que a obesidade é um fator de risco para o coronavírus. No entanto, será que pais de crianças obesas também devem se preocupar? E o que fazer para não perder o controle da alimentação dos pequenos durante a quarentena? 

A obesidade é uma doença que traz uma série de problemas. Segundo alguns estudos — e até mesmo a prática —, ao excluir as idades, grande parte dos óbitos e dos pacientes que estão nas UTIs são obesos. Isso porque a obesidade, por si só, deixa o organismo mais “inflamado”, isto é, num processo inflamatório, uma espécie de sobrecarga, prejudicando a imunidade. O obeso terá mais propensão a ter uma gripe, por exemplo. Além disso, a obesidade, leva a uma série de problemas: o excesso de colesterol é capaz de entupir artérias que, por consequência, pode acarretar problemas cardíacos; a obesidade também leva à uma maior dificuldade de circulação sanguínea que, por seguinte, eleva a pressão arterial. Quem está acima do peso tem mais dificuldade para dormir e, por isso, apneia do sono; o excesso de açúcar também pode levar ao diabetes… Portanto, uma série de comorbidades são causadas pela obesidade.

E um alerta: a quarentena pode contribuir para o aumento da obesidade

As pessoas precisam criar uma rotina para manter o equilíbrio. Manter os horários. Não dá para liberar total e deixar seu filho comer um pacote de salgadinho todas as tardes. Nesse período, é preciso criar uma nova rotina. Aproveite e inclua um maior número de pequenas pausas para ler um livro ou fazer atividade física, mesmo que dentro de casa com os pequenos. O maior perigo da quarentena é a redução de atividades físicas, aliada a erros alimentares maiores. São dois opostos perigosos.

O que os pais podem fazer para ajudar os filhos nesse processo?

A dica é criar uma rotina e tentar respeitar os horários das refeições, manter algum tipo de atividade física e deixar alimentos mais saudáveis ao alcance dos pequenos. Além disso, a família deve entender que essa reeducação deve ser de todos, não só dos pequenos ou de quem tem predisposição à obesidade. Outro ponto importante é ter consciência de que seu filho não precisa comer tudo. Ele tem que comer o suficiente. Respeite-o quando disser que está satisfeito. E se ele não quiser almoçar, não faça substituições, assim como cozinhe apenas o que ele gosta. Em vez disso, apresente alimentos novos e de maneiras diferentes. Por fim, dê o exemplo! Não adianta querer que seu filho coma brócolis se você não gosta.

(Fonte: Crescer)