Dia Nacional de Combate ao Câncer: 74% dos pacientes interromperam tratamento na pandemia

O medo de contágio do novo coronavírus fez com que 74% dos pacientes que têm câncer interrompessem o tratamento durante a pandemia. O dado foi divulgado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. Nesta sexta-feira, 27, especialistas de todo o Brasil chamam atenção para o Dia Nacional de Combate ao Câncer.

De acordo com o levantamento, os oncologistas entrevistados tiveram um ou mais pacientes que interromperam ou adiaram o tratamento por mais de um mês. Além disso, as sociedades brasileiras de Patologia e Cirurgia Oncológica calcularam que, somente entre março e maio deste ano, 50 mil pessoas deixaram de realizar exames para a identificação da doença no país.

O câncer não espera o fim da covid-19. A recomendação dos oncologistas é de que o rastreamento e tratamento não parem em função da pandemia. “É preciso se adaptar aos novos tempos e não deixar a saúde de lado. A nossa recomendação é que o paciente tome todos os cuidados e siga as recomendações de saúde, como sempre usar as máscaras de proteção e também higienizar as mãos constantemente”, lembra o médico Carlos Teixeira. Além dos cuidados pessoais, é importante estar atento se a unidade de saúde segue também todos os protocolos de segurança.

No caso dos tumores de pulmão, a procura por ajuda teve uma queda de 30% em 2020, segundo o Radar do Câncer, iniciativa do Instituto Oncoguia, disponível no portal. Neste ano, uma média de 6.697 pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) iniciaram tratamento sistêmico para o câncer de pulmão, ante a média nos últimos quatro anos de 9.650 pacientes/ano.

Apesar de ser responsável por uma em cada cinco mortes por câncer no Brasil, ainda há dificuldade em conseguir identificar precocemente a doença que, quando diagnosticada na fase inicial, tem maior taxa de sobrevida. Na pandemia, a média dos procedimentos de biópsias de pulmão caiu 25,6% quando comparado os meses de março a agosto de 2019: no ano passado, foram realizadas 1.190 biópsias contra 885 no mesmo período de 2020.

(Fonte: Estadão)